domingo, 17 de janeiro de 2016

CYPRIANO BARATA: Locais onde esteve preso.



CIPRIANO JOSÉ BARATA DE ALMEIDA

Tetravô de José Silvio Leite Jacome
Presidente do Instituto Cultural Barão de Ayuruoca 


FORTALEZA DE LAJE.
FORTE TAMANDARÉ DA LAJE.

O Forte Tamandaré da Laje localiza-se na Ilha de Laje, na Cidade do Rio de Janeiro. Em posição estratégica no lado direito do interior da barra. Ergue-se sobre um afloramento rochoso com as dimensões aproximadas de 100 metros de comprimento por 60 de largura, defendendo a barra da Baía de Guanabara entre o século XVII e o final do século XX. A Laje é uma ilhota na entrada da Baía de Guanabara no Rio de Janeiro, que por vários períodos da história e de diferentes formas, foi usada como fortificação integrando o conjunto de antigas fortalezas que defendiam a “Mui leal e heroica cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro”. Embora hoje em dia a palavra "Laje" seja mais usada para referir-se à um tipo de elemento estrutural do concreto armado, deve-se saber que, este nome vem da denominação dada à pedras de superfície plana de pouco espessura com relação às demais dimensões que eram usadas para antigas pavimentações de calçadas e outros usos. Laje significa também qualquer rocha ou pedra predominantemente lisa, chata e larga, de grandes dimensões. A Laje tomou importância em vários períodos da história por causa de sua posição estratégica, situada quase ao meio da entrada da baía de Guanabara, ou barra do Rio de Janeiro. Na verdade, ela divide a faixa de entrada em duas partes, ficando mais próxima do lado do Morro Cara de Cão do que do outro lado da entrada da Baía. O nome oficial do Forte da Lage é Forte Tamandaré, em homenagem à um dos mais notáveis e conhecidos almirantes Brasileiros. Entretanto foi somente o Marquês de Lavradio, que Governou o Rio na condição de Vice-Rei, entre 1769 e 1779, que construiu o Forte da Laje com a aparência e estrutura que tinha até o final do século 19 e início do século 20. Entretanto, em épocas de grandes ressacas, a Fortaleza da Laje era assaltada pelo mar, quando conseguia transpor suas muralhas. Por mais de uma vez aconteceu de desmontar os canhões, e o local sempre foi considerado de acesso difícil e complicado. Existem relatos que apontam que, em algumas ocasiões a guarnição do forte se via isolada e privada de ligação com a terra para receber suprimentos, muitas vezes por dias contínuos. Durante os reinados do século 19, alguns afirmam que o Forte da Laje chegou a ser utilizado como presídio político. O Patriarca da Independência José Bonifácio e seus irmãos, foram presos políticos. Estiveram presos na ilha em 1823, após a dissolução da primeira Assembleia Constituinte. Miguel de Frias, Cypriano Barata e o Capitão Pedro Ivo, líder militar da Revolução Praieira estiveram presos na Laje como presos políticos. No início do século corrente, o antigo Forte da Laje, que ainda mantinha a aparência do tempo da reforma e construção feita pelo Marquês do Lavradio, foi reformado e reequipado. Isto ocorreu após a Revolta da Armada, e a Laje recebeu um novo tipo de armamento ultramoderno para a época, com tecnologia semelhante em aparência aos canhões instalados no Forte de Copacabana, inclusive quanto às suas formas de blindagens e proteções. Na verdade o Forte da Laje foi praticamente reconstruído e remodelado, assumindo uma forma de bunker, com uma grande cúpula de concreto, quando somente alguns grandes canhões despontavam do topo. As instalações da fortaleza, então reequipada com a mais moderna tecnologia de guerra para a época, ficaram protegidas de forma praticamente subterrânea, fechadas por uma couraça de concreto, com acesso por uma abertura com portas blindadas. De frente à porta parece existir um ancoradouro e guindaste que eram utilizados para receber suprimentos e munição. Nesta época, muitas fortalezas do Rio foram reequipadas, como o Forte do Leme, a Fortaleza de Santa Cruz que também recebeu canhões semelhantes no topo de uma das montanhas próximas, assim como o Forte de São João que também recebeu uma bateria em um local alto no Morro Cara de Cão. O Forte da Laje hoje está desativado, assim como a Fortaleza de São João e Fortaleza de Santa Cruz da Barra. Outras fortalezas desativadas são o Forte de Copacabana e o Forte Duque de Caxias, este último também chamado popularmente de Forte do Leme, devido à sua localização. Com o surgimento das novas tecnologias, como aviação, mísseis e submarinos as tecnologias defensivas de outrora se tornaram insuficientes. Estas fortificações e sítios históricos continuam sob o comando do Exército, onde existem instalações para outros fins. A Laje, aparentemente parece abandonada, embora continue a ser área militar e não pode ser visitada. Deve-se notar que, a desativação de alguns destes locais citados, se refere à desativação de uso como parte do sistema de defesa, mas são utilizadas para outros fins, como treinamento e estudos e capacitação física.

FOTOS DO FORTE TAMANDARÉ.






FORTALEZA DE SANTA CRUZ.


A Fortaleza de Santa Cruz da Barra localiza-se no lado oriental da barra da Baía de Guanabara, em Jurujuba, Niterói, Rio de Janeiro. Atualmente é a sede da Artilharia Divisionária da 1ª Divisão de Exército.

FOTOS DA FORTALEZA DE SANTA CRUZ.









FORTALEZA DE VILLEGAIGNON.

A Fortaleza de São Francisco Xavier da ilha de Villegaignon, também denominada como Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição de Villegaignon, localizava-se no interior da Baía de Guanabara, Rio de Janeiro.

FOTOS DA FORTALEZA DE VILLEGAIGNON.






FORTE DO BARBALHO.

O Forte do Barbalho foi construído como peça principal para proteger o acesso norte da Cidade, apoiado pelo Forte de Santo Antônio Além do Carmo. Leva, por tradição, o nome do mestre de campo Luiz Barbalho Bezerra, que se destacou na luta contra os holandeses. Tem origens por volta de 1638, mas o Forte atual é do início do século 18. A área onde fica o Forte pertencia aos carmelitas e nela existia um abatedouro de gado, o Sítio Matança. Os carmelitas cederam o terreno para a construção do Forte. No século 19, essa área era conhecida como Campo do Barbalho e existia também o Largo do Barbalho. Do final do século 16, até os anos 1630, durante a União Ibérica, Salvador sofreu algumas tentativas de invasão por ingleses, franceses e holandeses. Chegou a ser ocupado pelos holandeses em 1624, mas foram expulsos no ano seguinte. Nessa época, Salvador era a grande metrópole da América Lusitana e uma das maiores e mais importantes cidades de todo o continente. Nas décadas seguintes, a primeira cidade do Brasil recebeu grande reforço de engenharia militar, tornando-se, no século 18, uma das mais bem fortificadas cidades do mundo. O primitivo Forte do Barbalho já existia por volta de 1638. Era uma bateria cercada por um fosso, que abrigava algumas peças de artilharia. Foi feito de torrão, um tipo de material de construção feito com terra aglutinada e endurecida. O Conde de São Lourenço, o governador, na época, citou que Luiz Barbalho tomou a construção do reduto a seu cuidado, trabalhando com mil homens noite e dia, tão acuradamente, que em breve o concluiu. Saindo de seu reduto, Barbalho investiu seus homens contra a retaguarda de Nassau, que recuou, decidindo a vitória. Em 1685, o capitão João Coutinho fez um projeto para a construção de uma fortaleza definitiva, no local. Pedro de Vasconcelos e Sousa, Governador do Brasil, de 1711 a 1714, enviou uma carta ao Conselho Ultramarino e ao Rei, declarando que o Forte do Barbalho estava em ruínas e que Joseph Lopes de Brito obrigou-se a reedificá-lo, à sua custa, e mandar fazer, em pedra e cal. O engenheiro português Miguel Pereira da Costa chegou em Salvador, em 1709, e tornou-se mestre de campo de engenheiros. Em 1712, o rei D. João V, enviou ao Brasil, o engenheiro francês Jean Massé, que elaborou uma planta de Salvador, com novas fortificações projetadas, datada de 1714. Tudo indica que Massé trabalhou em conjunto com Miguel Pereira da Costa. Em 1720, assumiu o Governo do Brasil, o Conde de Sabugosa, Vasco Fernandes Cezar de Meneses, que continuou as obras do Forte. O novo Forte do Barbalho foi construído sob a direção de Miguel Pereira da Costa, sendo inaugurado em 25 de agosto de 1736. Paralelamente foram realizadas obras no Forte do Mar e no Forte de São Pedro. Uma outra inscrição na portada indica que o Rei D. João V mandou edificar o Forte, concluído em 1736, durante o governo do Vice-Rei do Estado do Brasil, o Conde das Galveas, André de Mello e Castro. É a maior fortificação construída na Bahia. Tem formato quadrangular, com cerca de 16 mil m², fora as defesas externas, que desapareceram. Construído em alvenaria de pedra e cal, com um torreão circular e três baluartes nos cantos com guarita nos vértices. Tem portada em tribuna. O muro que cerca o Forte tem, em média, cinco metros de altura e era circundado por um fosso de 2,5 metros de profundidade. Até meados do século 19, possuía uma ponte levadiça sobre esse fosso. Possui uma monumental cisterna subterrânea, coberta com abóbadas, sob o pátio de armas. Nos anos 1780, durante o governo de Rodrigo José de Menezes e Castro, o Forte passou a abrigar os leprosos da antiga gafaria de São Lázaro do Camarão. Somente em 1878, foram transferidos para a Quinta dos Lázaros. Em 1799, o Forte abrigava 25 peças de artilharia, conforme o Plano da Fortificação da Bahia, publicado naquele ano. Durante a Guerra da Independência, a guarnição do Forte do Barbalho manteve-se leal aos portugueses, mas o Forte estava abandonado em 2 de Julho de 1823. Nesta data, o alferes José Adrião de Lemos, do exército brasileiro, tomou posse do Forte, hasteou a bandeira brasileira, pela primeira vez na Cidade, e salvou-a com vinte e um tiros de canhão. Em 1837, durante a Sabinada, o Forte serviu de reduto para os revolucionários. Em 1828, o Presidente da Província designou o Forte para servir de cadeia pública, mas tal ato somente teve efeito em 5 de agosto de 1845, após autorização do Ministério da Justiça. Em 1859, o Imperador D. Pedro II visitou os presos do local. Em 1864, a Prisão da Fortaleza do Barbalho foi extinta. De acordo com as Falas do Presidente da Província, na Assembleia Legislativa, em 1868, o Forte do Barbalho foi colocado à disposição de imigrantes, como residência provisória, enquanto havia a demarcação de seus lotes de terra. Nesse mesmo ano, o Forte foi entregue à Associação Beneficente “Dois de Dezembro” para funcionar como asilo de inválidos. Em 1874, o Forte funcionava como quartel da Companhia de Inválidos. Abrigou as enfermarias do Lazareto de S. Lázaro, até 1878, quando foi transferido para a Quinta dos Lázaros. De 1885 a 1892, funcionou como enfermaria para o tratamento dos doentes devido à epidemia de varíola. Em 1892, o Forte voltou a funcionar como quartel de artilharia, abrigando o 5º Batalhão. Em 10 de janeiro de 1912, foi um dos fortes usados no bombardeio de Salvador, quando abrigava também o 49º Batalhão de infantaria, de Pernambuco, e cujos soldados participaram do conflito contra as forças do Estado. Em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, o Forte abrigou marinheiros e oficiais alemães dos navios mercantes ancorados no Porto e ocupados pelo Brasil. Em 1940, era a sede do Centro de Preparação dos Oficiais da Reserva. Nos anos de 1970, o Forte abrigou um centro de tortura da Ditadura Militar. Em 1982, abrigava o 7º Batalhão de Polícia Militar. Em 2006, o Forte não tinha mais uso militar e abrigou o Projeto Casa dos Objetos Mágicos, um curso de artesanato para a confecção de objetos utilizados em rituais de candomblé. O Forte é um patrimônio nacional, tombado pelo Iphan, em 1957. Atualmente abriga eventos culturais.


FOTOS DO FORTE DO BARBALHO.












FORTE DO BRUM.
RECIFE - PE

O Museu Militar do Forte do Brum, criado pela Portaria Ministerial nº 1240 de 19 de dezembro de 1985, é subordinado ao Comando da 7ª Região Militar e foi inaugurado solenemente no dia 05 de janeiro de 1987. O Museu Militar do Forte do Brum (MMFB) encontra-se instalado no Forte do Brum, construção inicial portuguesa de 1629, por ordem do Governador Matias de Albuquerque e recebeu a denominação de FORTE DIOGO PAES, tendo como objetivo reforçar a entrada da barra do Porto do Recife contra invasões. Em 28 de fevereiro de 1630 foi ocupado pelos holandeses que prosseguiram a construção - 1630-1631 - usando como material a taipa e denominaram-no de FORTE JOHAN BRUYNE. É um monumento dos mais antigos do recife, ultrapassando seus 380 anos de existência. O MMFB foi construído em tempo de guerra. Primeiramente, Diogo Paes iniciou a sua construção em local estratégico na estrada do Porto do Recife onde os navios após contornarem os arrecifes necessariamente aproavam em direção ao forte, o que lhes conferia uma extraordinária condição defensiva. A sua posição foi escolhida por Matias de Albuquerque, testada durante as incursões corsárias, sendo depois ocupado pelos invasores, que concluíram a sua construção, com muita dificuldade, devido os ataques das Companhias de Emboscadas. O forte ficou conhecido pelos luso-brasileiros como FORTE DO BRUM, em homenagem ao Presidente do Conselho de Guerra Holandês de Ocupação, Johan Bruyne. Em 1654 com a Rendição na Campina da Taborda o Forte troca novamente de bandeira. O governador Bernardo de Miranda Henriques em 1667 solicita ao Rei permissão para restaurar o Forte do Brum, considerando a importância de sua posição para a defesa da Capitania. A maior dificuldade encontrada para a sua restauração foi a falta de matéria-prima e os arrecifes tornaram-se a sua principal fonte. A reconstrução foi concluída em 1690 e as obras complementares estenderam-se até 1715. Na reconstrução foi erguida uma capela, em homenagem a São João Batista, o que conferiu à fortificação o nome de Forte de São João Batista do Brum. No início do Século XX, instalou-se ali a 3ª Bateria Independente, subordinada à extinta 5ª Região Militar, hoje 7ª Região Militar. Em 1916, o Forte do Brum recebeu a 2ª Bateria e veio a integrar o 4º Grupo de Artilharia. Durante a 2ª Guerra Mundial serviu para acantonar diversas unidades de Artilharia em formação. Já na década de 50, o Forte foi tombado pelo Patrimônio como Monumento Histórico. Em 1959 foi ocupado pela 21ª Circunscrição do Serviço Militar até o ano de 1981. Em 1985 passou por nova restauração sob a orientação técnica do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), e, na jurisdição do Ministério do Exército e com o patrocínio de instituições públicas e privadas foi aberto à visitação pública. Em 1987 foi inaugurado ali o MUSEU MILITAR DO FORTE DO BRUM (MMFB), em homenagem ao SOLDADO NORDESTINO, contendo exposições com obras que retratam a participação do soldado nordestino na história militar.

MISSÃO.
Preservar e disseminar os fatos e os feitos históricos do Exército Brasileiro, enaltecer a participação do soldado nordestino em todos os episódios e atuar como espaço cultural, visando proporcionar cultura e conhecimento aos visitantes.

VISÃO DE FUTURO.
Ser reconhecido, no âmbito regional, como órgão de preservação e exemplo de conservação de arquitetura militar do século XVII.

PRINCÍPIOS – VALORES – CRENÇA.

- Civismo: Fé na missão do Exército e aprimoramento técnico-   profissional.
- Deveres Militares: Probidade, disciplina e respeito à hierarquia.
- Ética Militar: Sentimento de dever e honra pessoal.


FOTOS DO FORTE DO BRUM.














FORTE SÃO MARCELO.
Forte do Mar.

Localizado no meio da Baía de Todos-os-Santos e antes denominado Forte de Nossa Senhora do Pópulo e conhecido como Forte do Mar, o Forte de São Marcelo nasceu como um baluarte de forma triangular, construído em madeira, no início do século XVII, sobre um arrecife, na entrada do porto de Salvador. Depois da invasão holandesa de 1624 foi reconstruído em alvenaria de pedra e ganhou sua forma circular com a missão de proteger o centro da cidade colonial dos ataques marítimos estrangeiros. O Forte tornou-se uma imponente construção militar e foi responsável pela guarda do porto, além de ter integrado a rede de fortificações que defendeu a maior cidade das Américas das invasões holandesas, corsários e piratas. No final do século XVIII serviu para prisão de estudantes relapsos e indisciplinados e importantes personagens históricos, como o líder da Revolta dos Alfaiates Cypriano José Barata de Almeida e o general farroupilha Bento Gonçalves. O Forte de São Marcelo, também conhecido como Forte do Mar já foi também designado Forte de Nossa Senhora do Pópulo e localiza-se em Salvador, capital do Estado da Bahia. Erguido sobre um pequeno banco de arrecifes, destaca-se por se encontrar dentro das águas, como o Forte Tamandaré da Laje, no Rio de Janeiro e ser o único circular no país, inspirado no Castelo de Santo Ângelo na Itália e na Torre do Bugio em Portugal. A primitiva concepção desta fortificação remonta a 1608 com risco do  engenheiro-mor e dirigente das obras de fortificação do Brasil, Francisco de Frias da Mesquita. 

FOTOS DO FORTE DO MAR.








LOCAIS DAS OUTRAS PRISÕES




















CYPRIANO BARATA: um dos mais combativos jornalistas brasileiros do período imperial.


   
 


CYPRIANO BARATA.
Tetravô de José Silvio Leite Jacome
Presidente do Instituto Cultural Barão de Ayuruoca

É um dos mais combativos jornalistas brasileiros do período imperial. Nasceu na freguesia de São Pedro Velho, Salvador, Bahia em 26 de setembro de 1762. Faleceu em Pernambuco em 01 de junho de 1838. Foi Médico, Jornalista e fundador do Jornal “Sentinela da Liberdade”. Foi casado com Anna Joaquina de Oliveira Barata e teve os seguintes filhos: Laura Cypriano de Almeida Barata; Veridiana Rosa Barata Ribeiro, casada com o artista português José Maria Cândido Ribeiro; Nybilla de Almeida Barata; Iria de Almeida Barata; Horácio de Almeida Barata, que sempre viveram em sua companhia. Tinha dois irmãos, Raimundo e Miguel Barata de Almeida, presos e desterrados para a Ilha de Fernando de Noronha, após participarem com o irmão da Conjuração dos Alfaiates em 1798, sendo presos no dia 18 de setembro do mesmo ano e sendo soltos em 1799, após 13 meses. Foi a primeira das muitas prisões de Cypriano Barata. Filho do Coronel do Exército Português Raimundo Nunes Barata de Almeida e de D. Luiza Josefa Xavier Barata de Almeida. Deputado pela Província da Bahia às Cortes Constituintes de Lisboa eleito em 03 de setembro de 1821. Tomou posse em 17 de dezembro de 1821. Constituinte à Assembleia Nacional Constituinte de 1823 eleito pela Província de Pernambuco. Cursou a Universidade de Coimbra matriculando-se no curso de Filosofia em 17 de outubro de 1786, no de Matemática em 26 de outubro de 1787, e posteriormente também no de Medicina. Aos 24 anos chega à Europa às vésperas da queda de Bastilha. Entre os contemporâneos de Cypriano Barata na Universidade de Coimbra podemos citar José Bonifácio de Andrada e Silva, José Egídio Alves de Almeida - Marquês de Santo Amaro - secretário particular de D. João VI e Manuel Jacinto Nogueira da Gama - Marquês de Baependi - e ao contrário de seus colegas, nunca ocupou qualquer cargo no aparelho do Estado. 


CREDOS DE CYPRIANO BARATA.
- Creio na Santa Independência absoluta do Império do Brasil e de tal sorte que ainda querendo alguém, união com Portugal, não se deve consentir nessa união, seja o pretexto qual for.
- Creio na comunicação e reunião das Províncias, que para terem força hão de formar um só corpo maciço, a fim de fazer oposição e dissolver qualquer trama que possa ser inventada para desorganizar o sistema liberal.
- Creio na reunião ou alívio das nossas desgraças por meio de uma Constituição Liberal, como foi ajustado, na qual, parece que não haja veto absoluto, nem a iniciativa das Leis fora das Cortes ou Congresso Soberano, nem duas Câmaras, e na qual deve haver Jurados no Civil, crime, liberdade de imprensa e a responsabilidade dos Ministros e de todos os funcionários públicos, além de tudo o mais que já foi jurado e que nos parece, não devemos nos apartar.
- Creio na ressurreição da liberdade de imprensa, na destruição do despotismo, seja ele qual for, e na destruição das devassas, terrores e espias, pelas vigilâncias do nosso Congresso Soberano e na destruição de tudo o mais que nos é danoso.
- Creio na vida eterna da Constituição e do patriotismo brasileiro, vigilância e bom governo do Imperador e constância e valor das Províncias.


O JORNALISTA CYPRIANO BARATA.

O jornal “Sentinela” de Cypriano Barata despojava de expressivas prerrogativas o poder do Imperador, como o veto absoluto, a iniciativa das Leis e o Comando das Forças Armadas. A responsabilidade dos Ministros e a defesa de uma única Câmara, mostravam reivindicações democráticas em fase remota de nossa existência e consubstanciava o arcabouço do Parlamentarismo. A “Folha” de Cypriano Barata combatia o projeto de Constituição apresentado à Constituinte depois da queda dos Andrada e subscrito por dois deles, José Bonifácio e Antonio Carlos, este último, elemento preponderante na sua elaboração, já que o Projeto fortalecia a autoridade do Imperador, reconhecia a sua faculdade de nomear e demitir livremente os Ministros e criava duas Câmaras para o exercício da atividade legislativa. O “Sentinela da Liberdade”inspirou a criação de dezenas de outros jornais com esse nome pelo país. Cypriano Barata foi um dos pioneiros da liberdade de imprensa e, em 1823, escreveu:

“Toda e qualquer sociedade onde houver imprensa livre está em liberdade; que esse povo vive feliz e deve ter alegria, segurança e fortuna; se, pelo fato contrário, aquela sociedade ou povo que tiver imprensa cortada pela censura prévia, presa e sem liberdade, seja debaixo de que pretexto for, é povo escravo que pouco a pouco há de ser desgraçado até se reduzir ao mais brutal cativeiro”.  

O outro Jornal da época, o “Tamoio”, do ponto de vista político, era uma Folha relativamente moderada se comparada às duas “Sentinelas”, a do Rio de Janeiro e a de Pernambuco, esta última muito lida, comentada e discutida na cidade do Rio de Janeiro. O “Tamoio” circulava entre os Constituintes, era antilusitano, prestigiava a Constituinte e queria uma Monarquia moderada, e o “Correio do Rio de Janeiro” enfrentava a campanha lusófoba, ao tempo em que exagerava as reivindicações liberais. O primeiro era nacionalista e o segundo pregava a democracia e como expressão máxima de radicalismo vinham as “Sentinelas”, a de Pernambuco e a do Rio de Janeiro, cheias de reivindicações libertárias e adversas à influência portuguesa. Como observa Alfredo de Carvalho, a “Sentinela de Pernambuco” do patriota Cypriano Barata, era insofismavelmente monarquista, embora fosse a mais aguerrida de todas as Folhas de seu tempo, no que tange às reivindicações liberais. A “Sentinela da Liberdade” do Rio de Janeiro fazia eco às reivindicações democráticas de Cypriano Barata, que foi um dos cem Deputados eleitos para a Assembleia Nacional Constituinte e que ao se negar a tomar posse, foi preso em Pernambuco e enviado às prisões da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro e continuou preso mesmo depois do fechamento da Constituinte. As ideias liberais ganharam ímpeto a partir da presença e da atuação, no Recife, do político e jornalista Cypriano Barata que apesar de formado em Medicina e Filosofia pela Universidade de Coimbra, passou a maior parte de sua vida dedicada às atividades políticas. Cypriano Barata era, segundo o historiador Amaro Quintas, “irriquieto e combativo”, constando inclusive que por repudiar traços de qualquer outra Metrópole, usava roupas feitas apenas com tecidos do Brasil. Era também conhecido como “homem de todas as revoluções” pois estivera na Conjuração Baiana de 1798 e talvez na Revolução Pernambucana de 1817, pois não se tem documentos que comprovem sua participação devido talvez a sua preferência pela monarquia e não pela república, já que esta revolução foi republicana. Cypriano Barata começou a publicar o seu Jornal “Sentinela da Liberdade” em 1823 veiculando críticas e propostas políticas, incentivando e envaidecendo uns, preocupando e descontentando outros, hostilizando o Governo e posicionando-se a favor da autonomia das províncias. Por essa razão foi detido na Fortaleza do Brum, em Pernambuco, em 17 de novembro de 1823. Preso, desagradando e inquietando a muitos, continuou opondo-se ao Governo, escrevendo outro jornal, dando-lhe o nome de: “Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco, atacada e presa na Fortaleza do Brum por ordem da força armada reunida”. Transferido, posteriormente, para o Rio de Janeiro acabaria passando por inúmeras fortalezas permanecendo detido até 1830. A doutrina política adotada pela “Sentinela”, não tinha o radicalismo que lhe atribuem os historiógrafos quando procuram justificar o fechamento da Assembléia Nacional Constituinte em 1823 e o número de 17 de maio de 1823 da “Folha” de Cypriano Barata, a “Sentinela da Liberdade” de Pernambuco divulgava um “Credo Político” em que se consubstanciavam todas as doutrinas da corrente a que ele servia de intérprete e que foi transcrito no “Independente Constitucional” da Bahia e depois foi repetido na “Sentinela” do Rio de Janeiro. Foi considerado em todos os lugares como um “modelo de patriotismo” e define perfeitamente as reivindicações de todas estas “Folhas”, propondo independência absoluta e limitações à autoridade do Imperador e abaixo vamos recordar os itens que são expressões da verdade e que se justapõe à atitude das “Gazetas” radicais desta fase histórica:

CREDO POLÍTICO.

- Creio na Santa Independência absoluta do Império do Brasil e de tal sorte que ainda querendo alguém, união com Portugal, não se deve consentir nessa união, seja o pretexto qual for.
- Creio na comunicação e reunião das Províncias, que para terem força hão de formar um só corpo maciço, a fim de fazer oposição e dissolver qualquer trama que possa ser inventada para desorganizar o sistema liberal.
- Creio na reunião ou alívio das nossas desgraças por meio de uma Constituição Liberal, como foi ajustado, na qual, parece que não haja veto absoluto, nem a iniciativa das Leis fora das Cortes ou Congresso Soberano, nem duas Câmaras, e na qual deve haver Jurados no Civil, crime, liberdade de imprensa e a responsabilidade dos Ministros e de todos os funcionários públicos, além de tudo o mais que já foi jurado e que nos parece, não devemos nos apartar.
- Creio na ressurreição da liberdade de imprensa, na destruição do despotismo, seja ele qual for, e na destruição das devassas, terrores e espias, pelas vigilâncias do nosso Congresso Soberano e na destruição de tudo o mais que nos é danoso.
- Creio na vida eterna da Constituição e do patriotismo brasileiro, vigilância e bom governo do Imperador e constância e valor das Províncias.

CRONOLOGIA DA VIDA DE CYPRIANO BARATA.

1762 – Nasce Cypriano José Barata de Almeida, 26 de setembro.
1763 – Salvador deixa de ser a Capital do Brasil, passa a ser o Rio de Janeiro.
1786 – É matriculado na Universidade de Coimbra. Curso de Filosofia, em 17 de outubro. 
1787 – É matriculado na Universidade de Coimbra nos cursos de Matemática e Medicina, em 26 de outubro.
1790 – Cola Grau de Bacharel em Filosofia em 07 de julho e recebe os diplomas de habilitação em Medicina e Matemática.
1797 – Elementos do Clero reclamam das constantes pregações de Cypriano aos trabalhadores rurais e a denúncia de suas atividades chega à Rainha d. Maria I e ao Santo Ofício.
1821 – Toma posse na Assembléia Nacional Constituinte Portuguesa – As Cortes Portuguesas.
1823 – É eleito por Pernambuco, mas não toma posse na Primeira Assembléia Nacional Constituinte do Brasil, e por isso é preso.
1824 – Está preso na Fortaleza do Lage no Rio de Janeiro e é condenado à prisão perpétua.
1828 – Ainda preso, é transferido para a Fortaleza de Santa Cruz, em Niterói, RJ.
1829 – Publica manifesto denunciando tortura e maus tratos nas prisões.
1830 – É solto no dia 25 de setembro e é recebido com júbilo no Cais Pharoux, no Rio de Janeiro e após nove anos é recebido com festejos na Bahia, sua terra natal.
1831 – Retoma o seu Jornal, “A Sentinela da Liberdade”. No dia 13 de abril participa das agitações do “Mata Marotos, em Salvador. É preso em 28 de abril e no dia 07 de maio é transferido para a Fortaleza de Villegaignon, incomunicável. Em setembro é transferido para a prisão na Ilha das Cobras, onde coordena a revolta da guarnição. Em dezembro é levado de volta para a Fortaleza de Villegaignon, escrevendo dois manifestos e continuando a publicar seus jornais.
1832 – Detido na Fragata Niterói, em alto-mar e mesmo assim edita seu jornal. Em agosto é condenado a dez (10) anos de prisão com trabalhos forçados, mesmo aos setenta anos. É levado de volta à Bahia e preso nos Fortes do Mar e Presiganga.
1833 – É transferido para o Forte do Barbalho e de novo para o Forte do Mar. Em outubro recebe boa votação para Senador pela Paraíba.
1834 – Ainda preso é internado no Hospital Militar de Salvador, bastante doente. É solto e vai morar em Recife com toda a família. Em julho retoma pela última vez o jornal “Sentinela da Liberdade”. Em agosto é votado novamente para Senador pela Paraíba e em setembro é votado em todo o País para Regente do Império, mas o vencedor é o Padre Antonio Diogo Feijó, seu companheiro em Portugal como Deputado Constituinte em 1821 e como exilado político na Fragata Inglesa Marlborough, em 1822. É eleito Deputado por Pernambuco.
1835 – Não tem mais condições de publicar seu jornal.
1836 – Muda-se de Pernambuco para Paraíba, mas continua perseguido politicamente e é forçado a sair da Paraíba.
1837 – Vai morar em Natal a convite do Presidente da Província e continua a clinicar e dar aulas particulares.

1838 – Falece em Natal, RN, em 01 de junho aos 75 anos, pobre e doente. 

FAMÍLIA BARATA

FAMÍLIA BARATA RIBEIRO.


                  
Coronel RAIMUNDO NUNES BARATA DE ALMEIDA casado com LUIZA JOSEFA XAVIER BARATA DE ALMEIDA. O casal chegou ao Brasil vindo de Portugal entre 1750/1760.


Pais de:


CYPRIANO JOSÉ BARATA DE ALMEIDA. Médico e Jornalista. Nasceu na freguesia de São Pedro Velho, Salvador, Bahia em 26 de setembro de 1762 e faleceu em Pernambuco em 01 de junho de 1838. Casou com ANNA JOAQUINA DE OLIVEIRA BARATA. Deputado pela Província da Bahia às Cortes Constituintes de Lisboa, eleito em 03 de setembro de 1821. Tomou posse em 17 de dezembro de 1821. Constituinte à Assembleia Nacional Constituinte de 1823, eleito pela Província de Pernambuco. Jornalista, médico e fundador do Jornal “A Sentinela da Liberdade”. Matriculou-se no curso de Filosofia na Universidade de Coimbra em 17 de outubro de 1786, no de Matemática em 26 de outubro de 1787, e posteriormente também no de Medicina. Aos 24 anos chega à Europa, às vésperas da queda de Bastilha. Entre os contemporâneos de Cypriano Barata na Universidade de Coimbra, temos, José Bonifácio de Andrada e Silva; José Egídio Alves de Almeida, Marquês de Santo Amaro, secretário particular de D. João VI e Manuel Jacinto Nogueira da Gama, Marquês de Baependi, e ao contrário de seus colegas, nunca ocupou qualquer cargo no aparelho do Estado. O Dr. Cypriano José Barata de Almeida, casado com a Dona Anna Joaquina de Oliveira Barata, teve os seguintes filhos: Laura Cypriano de Almeida Barata; VERIDIANA ROSA BARATA DE ALMEIDA, casada com o artista português JOSÉ MARIA CÂNDIDO RIBEIRO; Nybilla de Almeida Barata; Iria de Almeida Barata e Horácio de Almeida Barata, que sempre viveram em sua companhia, além de dois irmãos, Raimundo e Miguel Barata de Almeida, presos e desterrados para a Ilha de Fernando de Noronha, após participarem com o irmão, da Conjuração dos Alfaiates em 1798, sendo presos no dia 18 de setembro do mesmo ano e sendo soltos em 5 de novembro de 1799, após 13 meses. Foi a primeira das muitas prisões de Cypriano Barata. Participou da Conjuração Baiana de 1817, mas não existem muitos documentos.






CRONOLOGIA DA VIDA DE CYPRIANO BARATA.
1762 – Nasce Cypriano José Barata de Almeida, 26 de setembro.
1763 – Salvador deixa de ser a Capital do Brasil, passa a ser o Rio de Janeiro.
1786 – É matriculado na Universidade de Coimbra. Curso de Filosofia, em 17 de outubro. 
1787 – É matriculado na Universidade de Coimbra nos cursos de Matemática e Medicina, em 26 de outubro.
1790 – Cola Grau de Bacharel em Filosofia em 07 de julho e recebe os diplomas de habilitação em Medicina e Matemática.
1797 – Elementos do Clero reclamam das constantes pregações de Cypriano aos trabalhadores rurais e a denúncia de suas atividades chega à Rainha d. Maria I e ao Santo Ofício.
1821 – Toma posse na Assembléia Nacional Constituinte Portuguesa – As Cortes Portuguesas.
1823 – É eleito por Pernambuco, mas não toma posse na Primeira Assembléia Nacional Constituinte do Brasil, e por isso é preso.
1824 – Está preso na Fortaleza do Lage no Rio de Janeiro e é condenado à prisão perpétua.
1828 – Ainda preso, é transferido para a Fortaleza de Santa Cruz, em Niterói, RJ.
1829 – Publica manifesto denunciando tortura e maus tratos nas prisões.
1830 – É solto no dia 25 de setembro e é recebido com júbilo no Cais Pharoux, no Rio de Janeiro e após nove anos é recebido com festejos na Bahia, sua terra natal.
1831 – Retoma o seu Jornal, “A Sentinela da Liberdade”. No dia 13 de abril participa das agitações do “Mata Marotos, em Salvador. É preso em 28 de abril e no dia 07 de maio é transferido para a Fortaleza de Villegaignon, incomunicável. Em setembro é transferido para a prisão na Ilha das Cobras, onde coordena a revolta da guarnição. Em dezembro é levado de volta para a Fortaleza de Villegaignon, escrevendo dois manifestos e continuando a publicar seus jornais.
1832 – Detido na Fragata Niterói, em alto-mar e mesmo assim edita seu jornal. Em agosto é condenado a dez (10) anos de prisão com trabalhos forçados, mesmo aos setenta anos. É levado de volta à Bahia e preso nos Fortes do Mar e Presiganga.
1833 – É transferido para o Forte do Barbalho e de novo para o Forte do Mar. Em outubro recebe boa votação para Senador pela Paraíba.
1834 – Ainda preso é internado no Hospital Militar de Salvador, bastante doente. É solto e vai morar em Recife com toda a família. Em julho retoma pela última vez o jornal “Sentinela da Liberdade”. Em agosto é votado novamente para Senador pela Paraíba e em setembro é votado em todo o País para Regente do Império, mas o vencedor é o Padre Antonio Diogo Feijó, seu companheiro em Portugal como Deputado Constituinte em 1821 e como exilado político na Fragata Inglesa Marlborough, em 1822. É eleito Deputado por Pernambuco.
1835 – Não tem mais condições de publicar seu jornal.
1836 – Muda-se de Pernambuco para Paraíba, mas continua perseguido politicamente e é forçado a sair da Paraíba.
1837 – Vai morar em Natal a convite do Presidente da Província e continua a clinicar e dar aulas particulares.
1838 – Falece em Natal, RN, em 01 de junho aos 75 anos, pobre e doente.
                                                      Pais de:


VERIDIANA ROSA BARATA DE ALMEIDA que casou com o artista português JOSÉ MARIA CÂNDIDO RIBEIRO. José Maria Cândido Ribeiro, artista português, foi o autor da pintura a óleo de seu sogro, Cypriano Barata, que foi copiada para os livros de história do Brasil, e para diversos livros e lugares, como no teto do Museu do Ipiranga, em São Paulo. 
                             
Pais de:

CÂNDIDO BARATA RIBEIRO, nascido em 11 de março de 1843 em Salvador, Bahia, e falecido em 10 de fevereiro de 1910 na cidade do Rio de Janeiro, sendo sepultado no Cemitério de São João Batista. Casado com ANA BORGES BARATA RIBEIRO, deixando descendência. Recebeu o grau de Doutor em Ciências Médicas e Cirúrgicas em dezembro de 1867. Foi residir na cidade de Campinas sendo nomeado Diretor do Serviço Médico e Cirúrgico do Hospital de Caridade da mesma cidade, onde clinicou e fundou a escola de crianças pobres. Em decreto de 10 de janeiro de 1874, foi nomeado Comissário Vacinador da província de São Paulo. Transferindo sua residência para a capital do Império, entrou em concurso destinado ao magistério da Faculdade de Medicina, sendo nomeado Lente Catedrático, em decreto de 25 de março de 1883. Na República ocupou o cargo de Presidente do Conselho Municipal em 1891 e de Prefeito do Distrito Federal em 1892. No exercício desse cargo, foi um grande iniciador de melhoramentos da Cidade do Rio de Janeiro, que muito lhe deve, e onde deixou luminosa trilha de trabalho fecundo e inteligente. Intransigente de caráter e de impoluta honestidade foi cercado sempre de consideração, até dos próprios adversários. Em decreto de 23 de outubro de 1893 foi nomeado Ministro do Supremo Tribunal Federal, preenchendo a vaga ocorrida com o falecimento do Barão de Sobral, tomando posse em 25 de novembro de 1893, mas submetida a nomeação ao Senado da República, este, em sessão secreta de 24 de setembro de 1894, negou a aprovação, com base em Parecer da Comissão de Justiça e Legislação, que considerou desatendido o requisito de “notável saber jurídico” (DCN de 27 de setembro de 1894, p. 1136). Em consequência, Barata Ribeiro deixou o exercício do cargo de Ministro em 29 de setembro de 1894. Após deixar o cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal recebeu do amigo e Ditador Marechal Floriano Peixoto a Prefeitura do recém criado Distrito Federal, portanto, foi o primeiro Prefeito do Distrito Federal. Em 30 de dezembro de 1899, foi eleito Senador quando o voto não era secreto pelo Distrito Federal, sendo reconhecido a 25 de maio do ano seguinte e exercido o mandato até o seu falecimento. Era membro da Academia Nacional de Medicina e de várias associações científicas. Foi homenageado pela Prefeitura do antigo Distrito Federal, a qual deu o seu nome a uma das principais ruas do bairro de Copacabana. 


ATANAGILDO BARATA RIBEIRO, nascido na Bahia em 01 janeiro de 1848 e falecido em 19 de março de 1906 em São Paulo. Foi casado em primeiras núpcias com CLARINDA BATISTA DOS SANTOS BARATA RIBEIRO nascida em 3 Ilhas, Rio das Flores, RJ, 28 de maio de 1857 e falecida em 1890 no Rio de Janeiro, RJ. Casado em segundas núpcias com Maria Gabriela Teixeira de Barros. Fez exame vestibular para a Academia Naval e passou em 1º lugar, matriculando-se em condições especiais, sem preencher as formalidades do enxoval. O Guarda-marinha Atanagildo foi incorporado à guarnição do Vapor Transporte Princesa de Joinville com destino à Guerra do Paraguay. Após a guerra, prosseguiu os estudos para a Engenharia Naval, o qual terminou com brilhantismo, conquistando um prêmio de viagem à Europa para aperfeiçoar os estudos nos estaleiros de Southampton e Liverpool, por conta do Governo. Ao regressar ao Brasil, entregou-se de corpo e alma à profissão, pois o País possuía uma grande indústria naval.  Dentre os trabalhos que dirigiu, o de maior monta foi o da construção da “Corveta Liberdade”, que durante muitos anos fez parte da Marinha de Guerra do Brasil. Na casa do Poeta Emílio de Menezes, casado com Rafaelina Teixeira de Barros foi que o Capitão-tenente Atanagildo, já viúvo, conheceu a sua segunda esposa, Dona Maria Gabriela Teixeira de Barros, sobrinha e afilhada de Dona Rafaelina. Foi Diretor dos Arsenais de Marinha de Mato Grosso e Pernambuco. Declarado Guarda-marinha em 04 de dezembro de 1866. Como combatente da Guerra do Paraguay foi agraciado no grau de Cavaleiro, com o Hábito da Imperial Ordem da Rosa, a mais alta condecoração de guerra no Império, medalha da Campanha do Paraguai e a medalha de Alto Valor e Constância da República Argentina e várias outras pela sua atuação nesta guerra. Do primeiro casamento com Dona Clarinda, teve cinco filhos: João dos Santos Barata Ribeiro, Oficial de Marinha Mercante, casado com Dagmar Ribeiro; José dos Santos Barata Ribeiro; Francisco dos Santos Barata Ribeiro, médico; Iná dos Santos Barata Ribeiro casada com Horácio Pereira Lemos; NYDIA DOS SANTOS BARATA RIBEIRO, nascida no Rio de Janeiro, RJ, em 05 de junho de 1882 e falecida em 31 de outubro de 1950 no Rio de Janeiro, RJ. Foi casada com o Professor SYLVIO ANTUNES BAPTISTA LEITE, bisneto do Coronel Custódio Ferreira Leite – Barão de Ayuruoca. Nasceu em Sapucaia, MG, 05 de junho de 1880 e falecido em 18 de novembro de 1968 no Rio de Janeiro. Tiveram 7 filhos: PLÍNIO RIBEIRO BAPTISTA LEITE, casado com Margarida Waldmann Leite; HOMERO RIBEIRO BAPTISTA LEITE, casado em primeiras núpcias com a Sra. Morita de Almeida Leite e em segundas núpcias com a Sra. Neusa da Cunha Leite; ARISTÓTELES RIBEIRO BAPTISTA LEITE, casado com a Sra. Nair Baptista Leite; PÉRICLES RIBEIRO BAPTISTA LEITE, casado com a Sra. Conceição Ladeira Leite; HELOÍSA RIBEIRO BAPTISTA LEITE, casada com Fernando Rodrigues Campello; BEATRIZ RIBEIRO BAPTISTA LEITE, casada com André Fernandes Silva Jácome; CLOTILDE RIBEIRO BAPTISTA LEITE, casada com José Raymundo dos Santos. Com a morte da Dona Clarinda em 1890, aos 33 anos, o Capitão-tenente, Atanagildo Barata Ribeiro, casou-se em segundas núpcias com MARIA GABRIELA TEIXEIRA DE BARROS, com quem teve 2 filhos: ZAMIRO DA GAMA BARATA RIBEIRO; CAPITÃO AGILDO DA GAMA BARATA RIBEIRO. Infelizmente Dona Maria Gabriela veio a falecer viúva, mas nova, de tuberculose, pois não faltavam alimentos aos seus dois filhos, mas faltava para si, devido aos poucos recursos de que dispunha da pensão do marido. Era ajudada pelos 5 filhos do primeiro casamento de seu marido, mas de uma maneira reduzida, pois eles também não possuíam condições financeiras que permitissem maior ajuda. Quem melhor pode ajudar nesta ocasião foi o irmão do primeiro casamento, João dos Santos Barata Ribeiro, Oficial de Marinha Mercante, e a partir daí não faltou desconforto, nem financeiro e nem de alimentação e Francisco, também do 1º casamento, que posteriormente teve atuação decisiva com a piora da saúde de Dona Maria Gabriela, quando esta foi para Campos do Jordão em maio de 1920, vindo a falecer em 26 de junho do mesmo ano, ajudando os irmãos deste casamento.


O Oficial da Armada Imperial e Engenheiro Construtor Naval, Atanagildo Barata Ribeiro, cita em seu livro “Sonho no Cárcere, escrito na prisão em 1894, e editado em 1895 pela Casa - Mont’ Alverne, o seguinte louvor ao Monarca D. Pedro II, o maior estadista que o Brasil já teve”:

“As revoluções... são sempre o procduto genuíno dos mais nobres sentimentos, brado legítimo de protesto contra as mais nefastas tyrannias...Foram dellas que nasceram as sábias reformas procdutoras dos progressos humanos... e as Constituições, que robusteceram os organismos populares...foi por sua vez dellas que se originaram todas as tyirannias e foi também de seu seio que foram atirados à face das  Nações os monstros executores de attentados e crimes que tem enlameado certas épocas da história da humanidade!...nasceram as inquisições e anarchismos, que tem depauperado os organismos populares...
O Brazil nunca passou nem está passando por uma revolução popular; mas tão somente por uma fermentação do gênero destas, e conseqüentemente das mais nocivas ao seu desenvolvimento material e moral!..Se este povo, portanto,  manteve-se com certa decência affectando virtudes que não possuía ou comprehendia foi devido à superioridade de espírito do Monarca, que pelo facto casual, mas para elle desastrado, de ter n’este, deserto da América do sul, teve a loucura de dedicar-lhe uma existência inteira de affectos, trabalhando para o seu progresso e felicidade, ensinando-lhe o caminho da honra pelo exemplo da mais ilibada probidade e pelo exercício das mais acrisoladas virtudes!
Esse estado de coisas, porem não podia durar muito. Os soffrimentos desse nobre ancião, obrigando-o a ausentar-se da Pátria por longos períodos de tempo, foi pouco a pouco entregando este povo aos seus próprios instinctos...à futura Imperante, que infelizmente ainda não detinha as energias necessárias a que tem o dever de assumir tão culminante posição social... Enfraquecido pela moléstia...  o desrespeito a esse direito foi a porta  aberta a todos os abusos, a todas as offensas à Lei e à Justiça...foi então que até os Ministros da Regência começaram a commetter actos que se não peccavam francamente deshonestos, causavam pelo menos esse geral reparo e indignação que soem attrahir sobre si as acções governamentaes a que deichou de presidir toda lisura.
Foi então que os Corpos Militares, que tinham a pretensão de representar a supremacia nacional e de serem seus únicos deffensores, começaram também a se impor aos governos... das mais absurdas exigências ao poder público... foi abdicando vergonhosamente de suas prerrogativas, com grande prejuízo para sua força moral...Há muito finalmente que o abuso de uma mal definida liberdade, habituando o povo...impellira-o insensível e fatalmente ao estado de anarchia, para  repressão da qual torna-se quase sempre indispensável aos governos adoptar o funesto e selvagem regimem do despotismo!
Foi n’esse estado geral de exarcebação de espíritos, que foi chamado para tomar conta das rédeas do governo um dos nossos mais illustrados estadistas, o Exmo. Sr. Visconde de Ouro Preto. Para tanto sobravam-lhe certamente o prestigio que lhe davam seus ennumeráveis serviços públicos e a robustez de sua intellectualidade e conhecimento, os quaes o haviam imposto à Coroa para tão culminante posição social; e sobravam-lhe ainda a energia que emana da consciência de uma vida dedicada ao exercício de todas as virtudes cívicas; mas faltavam-lhe por sua vez o machiavelismo e a calma, indispensáveis para o estabelecimento da única força que poderia então abafar os desmandos da época - a temporização.-
Ouro Preto não era, portanto, o estadista talhado para aquelle período de effevercência moral.
Abafar o problema social que se ia avolumando, por uma solução ao  prompta ao problema financeiro que o havia despertado, devia ser e foi incontestavelmente o primeiro cuidado d’esse notável estadista.
 Era, porem, tarde demais.
O pequeno núcleo de republicanos que existia, não podia deixar passar o momento feliz da fermentação que se elaborava no seio do povo, e que procurava robustecer insuflando contra os governos as iras das guarnições militares d’esta Capital. Entre elles, alguns desejavam, é certo, a república pela república, mas  queriam-na feita pelo povo, e quando pela marcha natural dos acontecimentos terminasse o segundo reinado: são os ainda perfeitamente reconhecíveis pelos paletós surrados com que os veio encontrar este- novo estado de coisas- a que outros que almejavam-na  pelo amor ao poder e aos cofres da nação denominaram impropriamente de “República”- esses illustres desconhecidos de todos os tempos e de todos os partidos, e actualmente os homens notáveis, os influentes políticos, os capitalistas da época, esses enfim, que a queriam a todo transe, mesmo quando, levantada como foi, sobre a lápide ensangüentada do brasileiro que mais amor e sacrifícios dispensou a este país, - o Sr. D. Pedro de Alcântara...O movimento de 15 de novembro de 1889, portanto, que só fora combinado para derribar um ministério que havia incorrido no desagrado da força armada, não podia parar n’isso, e por isso que não satisfazia as ambições dos pregadores d’esses direitos e liberdades populares!
Era mister banir na Nação, aquelle que sem se ter jamais intitulado- guarda do thesouro- não permittia contudo que o assaltassem, pela força que resultava de sua ilibada conduta e de suas virtudes cívicas...Estava triunphante a almejada república dos... novos guardas do thesouro, dos restauradores, enfim, da fortuna pública!
 Deodoro era o seu presidente, dirigia-lhe os Negócios do Interior o immortal Aristides Lobo; Bocayuva e Glycério retalhavam o corpo d’este excelso gigante e outros finalmente sugavam-lhe o sangue!...Desde a queda da dictadura Deodoro, que se converteu o governo em verdadeira Calamidade Nacional, merecendo portanto, não só a execração pública, mas a todo o mundo civilizado!
 O regimem do despotismo iniciado pela usurpação do cargo de Presidente da República, e aliás sanccionado por uma câmara de inconscientes, continuou sua marcha triumphal pelos Estados, com exclusão do Estado do Pará, derrubando a ferro e fogo, Governadores, Constituições e Corpos Legislativos e Judiciários e accentuou-se mais desfaçadamente reformando, ao primeiro brado de indignação, os treze Officiaes Generaes do  Exército e  Marinha, authores d’elle, e deportando-os mais tarde, conjunctamente com alguns representantes da Nação (10 de abril), sob pretexto de uma revolução que “coube toda n’um bond”, como tão bem a definiu o Senador Dr. Ruy Barbosa.
Pouco depois explodiu a heróica Revolução do Rio Grande do Sul, e por último a da Esquadra em 6 de setembro de 1893, que determinou o contínuo estado de sítio, durante o qual se desenvolveu a série de attentados de que o público só teve uma noção vaga, por terem sido as folhas que criticavam o Governo, ou suspensas, ou reduzidas a publicarem somente o que lhes permittisse a Polícia; e só ficarem campeando as únicas mantidas pelo erário público para endeosarem os crimes do Governo! ”

Cronologia de vida do Capitão-tenente Atanagildo Barata Ribeiro.

Carreira:
Aspirante a Guarda-marinha em 27 de fevereiro de 1864.
Guarda-marinha em 04 de dezembro de 1866.
Segundo-tenente em 05 de março de 1868.
Primeiro-tenente em 05 de janeiro de 1872.
Reforma em 28 de fevereiro de 1881.
Capitão-tenente em 04 de abril de 1898.

Comissões:
Vapor Transporte Princesa de Joinville.
Encouraçado Tamandaré.
Encouraçado Herval.
Canhoneira Vital de Negreiros.
Corveta Nicterói.
Corveta Vital de Oliveira.
Vapor Magé.
Vapor Ipiranga.
Transporte Marcílio Dias.
Encouraçado Cabral.
Flotilha do Amazonas.

Comandos:

Diretor das Construções Navais do Arsenal de Mato Grosso.
Diretor Interino das Construções Navais do Arsenal de Pernambuco.

Medalhas e Condecorações:

Hábito da Imperial Ordem da Rosa, no grau de Cavaleiro.
Medalha da Campanha do Paraguay.
Medalha da Campanha do Paraguay passador nº 2.
Alto Valor e Constância da República da Argentina.
E muitas outras.
Pais de:

NYDIA DOS SANTOS BARATA RIBEIRO, nascida no Rio de Janeiro, RJ, em 05 de junho de 1882. Faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 31 de outubro de 1950 Casou com SYLVIO ANTUNES BAPTISTA LEITE, nascido em Sapucaia, MG, em 05 de junho de 1880. Faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 18 de novembro de 1968. Era bisneto do Coronel Custódio Ferreira Leite, Barão de Ayuruoca. Dona Nydia ao perder a mãe aos oito anos, foi criada pelo avô, Médico Militar Dr. João Baptista dos Santos, Visconde de Ibituruna, que a internou no Colégio Sion, em Petrópolis, para que pudesse ter esmerada educação, o que acabou acontecendo, mas mesmo com todo o carinho do avô, passou por maus momentos, pois seu pai era um perseguido político, pois nunca aderiu à “ditadura de 15 de novembro”, sendo preso e respondendo à Conselho de Guerra, o que causou enorme trauma à Dona Nydia.  

  


ORDEM IMPERIAL DA ROSA.


A Ordem da Rosa foi criada por D. Pedro I, em 17 de outubro de 1829 para que se conservasse na memória da Pátria seu casamento com D. Amélia de Leuchtemberg, nossa Segunda Imperatriz. O Imperador foi inspirado pelas rosas entreabertas na ornamentação de um vestido de gaze de D. Amélia. Com esse vestido foi que D. Pedro I a conheceu, ainda à bordo, no momento de sua chegada ao porto do Rio de Janeiro. A Comenda constitui prêmio concedido no Segundo Reinado a civis e militares tendo sido reconhecida como a “Moeda de Honra” a que faziam jus os brasileiros mais destacados na prestação de serviços à Pátria. Na família receberam esta Comenda o Capitão-tenente Atanagildo Barata Ribeiro, o Coronel Médico Cirurgião de Cavalaria, Barão e depois por grandeza, Visconde de Ibituruna, Dr. João Baptista dos Santos, ambos combatentes da Guerra do Paraguay e o Coronel Custódio Ferreira Leite, Barão de Ayuruoca. 



EXEMPLO DE UMA DITADURA
ASSASSINATO, PRISÃO POLÍTICA
 E NOMEAÇÃO ESPÚRIA

Marechal de Campo Manuel de Almeida da Gama Lobo d'Eça.
Barão com Grandeza de Batovy.

Nasceu no Desterro em 15 de abril de 1828 e faleceu no Desterro em 24 de abril de 1894 assassinado por fuzilamento a mando do Marechal Ditador Floriano Vieira Peixoto.


Foi um Militar que participou com distinção e na Guerra da Tríplice Aliança. Em 1891, já na República, foi graduado no posto de Marechal de da Guerra do Paraguai, além de ter sido presidente da província de Mato Grosso entre 7 de maio de 1883 a 13 de setembro de 1884, nomeado por carta imperial de 31 de janeiro de 1883. Nesta função foi sucedido pelo Marechal Floriano Peixoto. Lutou nas guerras do sul, na Campanha contra Rosas, na luta contra Aguirre Campo e voltou para a sua terra natal. Envolveu-se na Revolução Federalista e, por conta disso, foi preso e sumariamente fuzilado a mando do então presidente e antigo amigo Floriano Peixoto, na Fortaleza de Anhatomirim. Casou-se com Ana Pereira da Gama. Tiveram um filho que se chamou Alfredo de Almeida da Gama Lobo d’Eça que nasceu em 1860 e faleceu em 24 de abril de 1894 junto com o pai, ou seja, também assassinado por fuzilamento a mando do Marechal Ditador Floriano Vieira Peixoto.

Títulos nobiliárquicos e honrarias

Foi comendador da Imperial Ordem da Rosa e da Imperial Ordem de São Bento de Avis, além de oficial da Imperial Ordem do Cruzeiro. Barão de Batovy com honras de Grandeza: título conferido por decreto imperial em 28 de agosto de 1889. Faz referência ao antigo povoado gaúcho de São Gabriel do Batovi, mais especificamente de uma coxilha ou cerro chamado Batovi, devido aos seus préstimos militares na região.


CAPITÃO-TENENTE
 ATHANAGILDO BARATA RIBEIRO
Meu bisavô

Guarda-marinha em 04 de dezembro de 1866
Sesquicentenário de formatura em 04 de dezembro de 2016
Preso político na Ditadura do Marechal Floriano Peixoto


Cronologia de vida do Capitão-tenente Atanagildo Barata Ribeiro

Carreira:
Aspirante a Guarda-marinha em 27 de fevereiro de 1864
Guarda-marinha em 04 de dezembro de 1866
Segundo-tenente em 05 de março de 1868
Primeiro-tenente em 05 de janeiro de 1872
Reforma em 28 de fevereiro de 1881
Capitão-tenente em 04 de abril de 1898

Comissões:
Vapor Transporte Princesa de Joinville
Encouraçado Tamandaré
Encouraçado Herval
Canhoneira Vital de Negreiros
Corveta Nicterói
Corveta Vital de Oliveira
Vapor Magé
Vapor Ipiranga
Transporte Marcílio Dias
Encouraçado Cabral
Flotilha do Amazonas

Comandos:
Diretor das Construções Navais do Arsenal da Província de Mato Grosso
Diretor Interino das Construções Navais do Arsenal da Província de Pernambuco

Medalhas e Condecorações:
Hábito da Imperial Ordem da Rosa, no grau de Cavaleiro
Alto Valor e Constância da República da Argentina
Medalha da Campanha do Paraguai

Prisão:

“No dia 30 de janeiro de 1894, no momento em que saia de minha residência para os afazeres cotidianos, fui intimado por um valdevinos, dos muitos que desempenhavam então o papel de policias secretas desta Capital, a comparecer na Polícia, para explicações que de mim desejava receber o chefe dessa repartição. A Capital, como grande parte deste pais, estava nessa época em estado de sítio, sob pretexto da revolução levantada a 6 de setembro desse ano(1893) pela nossa marinha de guerra contra a série de atentados à Constituição da República praticados pelo pseudochefe do poder executivo o Marechal Peixoto. Segui portando o meu intimante, sem lhe pedir explicação alguma sobre tal intimação, acompanhado por um filho meu, de doze anos de idade, de nome João dos Santos Ribeiro, o qual achava-se na ocasião em minha companhia. Chagando à Polícia, quis mandar o menino para casa; impediram-me de assim proceder, alguns esbirros, ponderando-me que havia ordem de prisão contra ele também. A 17 de setembro de 1894, depois de passar e ver passar, durante sete e meio longos meses, por toda sorte de sofrimentos, fui finalmente posto em liberdade por decisão do Supremo Tribunal Federal, ao qual havia requerido habeas-corpus dias antes. Foi então que tive ensejo para completar este trabalho”. Este trabalho é o livro “SONHO NO CÁRCERE”, editado em 1895.  


MÉDICO CÂNDIDO BARATA RIBEIRO

MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL


Doutor em Ciências Médicas e Cirúrgicas em dezembro de 1867. Foi um grande paladino da abolição da escravatura e teve destacada atuação na implantação da República no qual ocupou o cargo de Presidente do Conselho Municipal, em 1891, e de Prefeito do Distrito Federal, em 1892.

Em decreto de 23 de outubro de 1893, foi nomeado Ministro do Supremo Tribunal Federal, preenchendo a vaga ocorrida com o falecimento do Barão de Sobral, tomando posse em 25 de novembro de 1893, mas submetida a nomeação ao Senado da República, este, em sessão secreta de 24 de setembro de 1894, negou a aprovação, com base em Parecer da Comissão de Justiça e Legislação, que considerou desatendido o requisito de “notável saber jurídico” (Diretriz Curricular Nacional de 27 de setembro de 1894, p. 1136). Em consequência, Barata Ribeiro deixou o exercício do cargo de Ministro em 29 de setembro de 1894. Após deixar o cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal recebeu do amigo e Ditador Marechal Floriano Peixoto a Prefeitura do recém criado Distrito Federal, portanto, foi o primeiro Prefeito do Distrito Federal. Foi eleito Senador quando o voto não era secreto. Morreu como Senador. Era membro da Academia Nacional de Medicina e de várias associações científicas. Foi homenageado pela Prefeitura do antigo Distrito Federal, a qual deu a uma das principais ruas do bairro de Copacabana, o seu nome.

ENQUANTO O CAPITÃO-TENENTE ATANAGILDO BARATA RIBEIRO ESTAVA PRESO POR NÃO CONCORDAR COM A DITADURA DO MARECHAL FLORIANO PEIXOTO, SEU IRMÃO, MÉDICO, ERA NOMEADO MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA DAR ACÓRDÃOS FAVORÁVEIS AO DITADOR, OU SEJA, DITADOR TUDO PODE!


MARINHA DO BRASIL
DIRETORIA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E DOCUMENTAÇÃO DA MARINHA

Departamento de História
Turma da Escola de Marinha de militares declarados Guardas-Marinha em 1866

I. Alunos do 1° ano da Escola de Marinha em 1864 (Jornal 'Correio Mercantil', de 02 de março de 1864):
Aspirantes: Affonso de Almeida Godinho, Horacio Belfort Duarte, Torquato Joaquim da Costa Júnior, Francisco Urbano da Silva Júnior, Severo José de Souza Lima, Henrique Carlos Ribeiro Lisboa, Atanagildo Barata Ribeiro, João José Fernandes da Cunha, Ildefonso Fellipe de Souza, Francisco Calheiros da Graça, Thomaz Zamith, José Leoncio da Silva Rosa, José Ferreira Gandolfo, Alfredo Pereira de Araújo Neves, Antonio Carlos Freire de Carvalho, Gaspar Pinto Fróes de Azevedo, Arcenio José Ferreira Júnior, Alfredo Fernandes da Costa, Leonardo Augusto da Costa Valadares, Francisco Augusto de Simas, João José Dias de Faria, Alfredo Victor Thompson, João Alves Ferreira da Rocha (Total: 23).
Paisanos: Frederico de Castro Menezes, Francisco Carneiro de Campos, Henrique Pinheiro Guedes, José Bento Thomaz Gonçalves, Augusto Paranhos da Silva Velloso, Maximiano Pereira Monteiro, José Carlos de Carvalho Filho, Antonio Augusto Nabuco Caldas, Antonio do Babo Ribeiro e Souza Junio, A. A. de Azevedo e Albuquerque, João Olympio Telles de Menezes, Romualdo Caetano Vellasques, Eduardo de Barros Gonda, Francisco Flaviano de Cantalice, João Kal (Total: 15).

II. Aspirantes do 3° ano em 1866 (Almanack da Marinha de 1866):
  Raymundo Antonio da Silva;
  Miguel Ribeiro Lisboa (Chegou ao posto de Capitão de Mar e Guerra Honorário);
  Francisco Calheiros da Graça (Chegou ao posto de Contra-Almirante. Faleceu no Desastre do Encouraçado Aquidabã em 1906);
  Horácio Belfort Duarte;
  Ildefonso Fellipe de Souza;
  Antonio Carlos Freire de Carvalho  (Chegou ao posto de Contra-Almirante);
  João Alves Ferreira da Rocha;
  Henrique Pinheiro Guedes (Paisano que tornou-se Aspirante);
  João Olympio Telles de Menezes (Paisano que tornou-se Aspirante);
  Henrique Carlos Ribeiro Lisboa;
  Francisco Flaviano de Cantalice (Paisano que tornou-se Aspirante); e
  Athanagildo Barata Ribeiro.

III. Oficiais promovidos a Guarda-Marinha em 04 de Dezembro de 1866 (Almanack da Marinha de 1870):
  Antonio Carlos Freire de Carvalho;
  João Alves Ferreira da Rocha;
  Athanagildo Barata Ribeiro;
  Eduardo de Barros Gonda (Paisano que tornou-se Aspirante);
  José Porfírio de Souza;
  Ildefonso Felippe de Souza;
  Francisco Flaviano de Cantalice (Paisano que tornou-se Aspirante); e
  José Leoncio da Silva Rosa.


Almirante Luiz Fhilippe de Saldanha da Gama.

Irmão de Armas do Capitão-tenente Athanagildo Barata Ribeiro

Luiz Fhilippe de Saldanha da Gama ou Almirante Saldanha da Gama, como era mais conhecido foi um militar brasileiro da arma da Marinha.

   Nascimento: 7 de abril de 1846, Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro. 

   Falecimento: 24 de junho de 1895, Campo dos Osórios, Rio Grande do Sul. 


      LUÍZ FHILIPPE DE SALDANHA DA GAMA - Nasceu em Campos dos Goytacazes, no dia 07 de abril de 1846. Bacharel em Letras, concluiu o curso da Academia da Marinha, onde ingressou aos 17 anos de idade, sempre alcançando postos superiores, até o de contra-almirante. Representou o Brasil na Exposição da Filadélfia, em 1867; na de Viena, em 1873; em Buenos Aires, em 1882, (na época era uma honraria). Recebeu condecorações da Campanha Oriental, da Guerra do Paraguai; da Rendição de Uruguaiana e do Mérito Militar. Sua morte ocorreu no dia 24 de junho de 1895, em Campo de Osório. Foi morto por um golpe de lança, aplicado por Salvador Tambeiro, um oriental comandado pelo caudilho João Francisco.
     HISTÓRICO - Um exemplo digno de ser seguido e herói reconhecido como o ilustre filho de Campos. Segundo Ruy Barbosa, Saldanha da Gama: “Herói dos heróis! O homem mais completo e o caráter mais extraordinário que já conheci nesta terra!”. Nascido em 7 de abril de 1846, Luís Filipe de Saldanha da Gama, filho de Dom José e dona Maria Carolina, era o nono dos onze filhos do casal. Seu pai resolve deixar a cidade, onde moravam na Beira-Rio para viver na planície, em lugar afastado, e vai residir na Fazenda do Colégio. Em 1853, Dom José resolve se transferir com a família para a corte no Rio de Janeiro, onde, em 1859, aos treze anos de idade foi matriculado no Imperial Colégio de D. Pedro II. Logo chega o momento das férias, Luís retorna à Fazenda do Colégio lá permanecendo sob os cuidados dos colonos de Dom José. Já mocinho, vive aqueles dias na companhia carinhosa da gente simples da fazenda. As férias terminam e Luís volta para o Colégio D. Pedro II. Aos quinze anos Luís Filipe manifesta o desejo de ser homem do mar, tornar-se um grande marinheiro. Ninguém o impede e ele veste o cobiçado uniforme azul e branco. E assim um soldado se prepara para servir à pátria. Entrega-se de corpo e alma aos estudos. Não percebeu o tempo passar e sobe, degrau por degrau, até receber o título de aspirante naval. Aos 19 anos é dotado de sentimento e surge aos seus olhos a imagem de uma bonita mulher, Emília Josefina. Faz-se noivo e casa-se. Em meio às batalhas, regressa ao Rio, em 14 de fevereiro de 1869, como o 1º tenente mais coberto de glórias. É promovido capitão-tenente. Demonstra ser um revolucionário restaurador. Saldanha da Gama morre em batalha em 24 de junho de 1895.
A Morte de um Almirante - Por Carlos Fonttes.

   De 1861 a 1864, o jovem Aspirante a Guarda-marinha LUIZ PHILIPPE DE SALDANHA DA GAMA, cumpriu seu “embarque obrigatório” no vapor Ipiranga e nas Corvetas “Dona Januária” e “Baiana”, tendo seu batismo de fogo, como Porta-Bandeira no desembarque em Paissandu, (Uruguai). Mais tarde “embarcou” na canhoneira “Taquari”, estacionada na Flotilha do Alto Uruguai, de Itaqui, onde permaneceu por 19 meses. Saldanha da Gama, com a idade de 20 anos, quando esteve servindo nesse Arsenal, apaixona-se por uma jovem que conheceu na cidade e com ela veio a consorciar-se. Chamava-se EMILIA COIMBRA DE MELLO. Um fato interessante nos vem a lume sobre o seu casamento. Seu pai, grande fidalgo da Corte, Dom José, jamais aceitara o casamento do filho e para ser concretizada essa união, teria de haver sua permissão. Então o jovem marinheiro vem a forjar uma carta-permissão do pai e apresentou à famílias da jovem, quando então, a 28 de janeiro de 1867, realizava o seu enlace matrimonial. Porém, mesmo a grande distância a vigilância paterna não esmorecia e seu pai, jogando o prestígio que gozava na Corte, sabedor do que o filho fizera, consegue sua transferência para o Teatro de Operações de Guerra. Com apenas oito dias de casado, recebe ordens de se apresentar às Forças Navais que operavam no Rio Paraguai. Quatro longos anos de guerra fez com que Saldanha da Gama trocasse raras correspondências com sua esposa, e quando a família dela foi morar em Santiago do Boqueirão, dificultou mais seus contatos. Ao término da Guerra do Paraguai ele retorna ao Rio de Janeiro. Devemos lembrar que ele tinha, além das medalhas da Campanha Oriental, da Guerra do Paraguai, do Mérito Militar, possuía Medalha da Rendição em Uruguaiana, prova de que ele esteve presente em nossa cidade, naquela data. Após uma longa conferência com seu pai, no Rio de Janeiro, não mais se interessou pelo casamento, passando a ser, doravante, um “Ermitão Naval”, tendo os navios como refúgio e a Marinha como religião. Saldanha da Gama ainda vem a se destacar no cenário Nacional, quando, aderindo a Revolução Constitucionalista de 1893, retorna ao Rio Grande do Sul, como Comandante em Chefe desse movimento. Uma de suas pretensões nesse movimento, seria em tomar a cidade de Itaqui e a Flotilha do Alto Uruguai, a fim de obter adesão das demais guarnições. Seu plano, porém, falhou. LUIZ PHILIPPE DE SALDANHA DA GAMA, vem a perecer no combate do campo Osório, proximidades de Santana do Livramento, quando na madrugada de 24 de junho de 1895 foi atacado pelas forças de Uruguaiana sob o comando do General Hipólito Antonio Ribeiro e de outra, pela gente aderida do “Hiena do Cati”, Coronel João Francisco. Foi morto pelas mãos de Salvador Sena Tambeiro, um oriental comandado pelo caudilho e Coronel João Francisco. Segundo o que diz a tradução oral, as últimas palavras do Almirante foram: “Respeite-me. Sou o Almirante Saldanha” e a resposta de seu algoz foi: “Esses são os que eu gosto” e atacou-o com um pontaço de lança, degolou-o e depois o mutilou todo. Arrancou-lhe as orelhas e dentes. Antes de morrer, Saldanha teria dito: “Basta, miserável”. Seu corpo foi somente encontrado dias depois no cemitério de Rivera. Morre em combate campal esse grande Almirante que singrou o mar da vida em busca de seus ideais.

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